segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Máscaras...

Estava sentada no banco de uma praça qualquer. Era exatamente 16h. De longe avistou um grupo de mímicos que se esforçavam ao máximo para chamar a atenção das pessoas que passavam. Eram três, e cada um usava uma máscara. Um aparentando felicidade plena, outro pura tristeza e o último era bastante misterioso.
Ela gostou de ficar observando. Será que ela também estava usando uma máscara naquele momento? Não, naquele momento não. Mas conseguiu lembrar de algumas ocasiões em que havia usado.
Mas quem nunca usou? Muitas vezes até nos tornamos prisioneiros dos nossos próprios enganos... simplesmente nos mascaramos e representamos um papel, fingindo ser alguém que não somos.
Será que tudo isso realmente é necessário?
Talvez venha daí tanta desconfiança da parte dela.
Fechou os olhos e por um momento se sentiu nua, como se todos pudessem ver até o fundo da sua alma. Tudo só por está sendo quem realmente era.
Sorrio! Sentia-se bem. Levantou-se e se dirgiu ao grupo de mímicos. Atirou-lhe algumas moedas e seguiu seu caminho...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O olhar

Com uma tentativa, mal sucedida, ela pretendia descobrir o que havia por trás daquele olhar. Não dizem que os olhos são os espelhos da alma? Se bem que ela não pretendia ver a alma não, se contentava com o coração, ou melhor, o cérebro. Mais precisamente o hipotálamo!
Meu Deus, será que aquelas benditas aulas de anatomia haviam roubado o seu romantismo? Em vez de imaginar um lindo coração vermelhor, por trás daquele peito, pulsando por ela... Não! Ela via na realidade uma pequena bolinha, do tamanho de uma ervilha, perdida dentro de uma cabeça. Como ela gostaria de está ali dentro daquele pequeno espaço! Será se havia uma vaguinha reservada para ela?!
Ufa! O seu romantismo ainda estava lá... não era em vão que estava tendo aqueles pensamentos! Não era em vão que aquele olhar era capaz de de fazê-la rir quando estava por perto. E chorar quando se distanciava.
Percebeu que não obtiria resultado algum.
Mais uma dúvida para incluir na sua lista!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

A luz da Liz!

A noite chegou. Mas como era de costume, o seu sono ainda não.
Durante horas ficou ali, na sua cama, lendo romances intermináveis onde, de instante em instante, dava uma rápida olhada para o telefone celular. Ela sabia que se recebesse alguma ligação ou mensagem de texto uma suave musicazinha tocaria, mas por via das dúvidas preferia sempre constatar com um olhar... mas nunca havia nada.
Ela também reservava um momento para as orações, durante o qual fazia todos os seus agradecimentos, desejos para os dias seguintes e por fim pedia proteção para ela e para todos que queria bem... a lista era enorme e logo que terminou apagou a única lâmpada que iluminava o quarto e todo a casa, naquele momento.
Ao atirar-se na cama viu pelo cantinho da janela, que a cortina não cobria, uma única e pequena estrela brilhante no céu. Isso foi o suficiente para encher-lhe de alegria! Era como se não estivesse mais sozinha naquele lugar. O fato da estrela também está solitária naquele imenso céu ajudava bastante... Clarisse se identificou com ela. Tornaram-se amigas. Ela e a estrela! Resolveu dar um nome para sua nova amiga e o escolhido foi Liz. Estrela Liz!


Fitou-a por um longo tempo e queria entender porque ela também estava sozinha. Ela era uma estrela tão linda e com certeza não tinha problemas. "Puxa! Será que o destino de algumas pessoas, e algumas estrelas, é realmente ficar sozinho?" Perguntou para Liz. Sem obter respostas acomodou-se no travesseiro e fechou os olhos por não mais que 10 segundos e ao abri-los a surpresa: Liz não estava mais lá! Como pôde? Nuvens escuras podem ter coberto seu brilho... mas ela não iria sem se despedir. Resolveu esperar por sua nova amiga. Ficou encolhidinha no cantinho da cama, onde dava para avistar a estrela! Esperou, esperou e esperou, mas o cansaço foi mais forte. Enfim ela dormiu, igual a Liz, sem ao menos se despedir...

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Mensageira?


Quando tudo parecia perdido e ela não sabia mais onde buscar forças, deixou apenas que as ruas a guiassem, passou por praças, pontes, becos - como se isso servisse de atalho para o seu destino - e por uma igreja.
Foi ao passar pela igreja, bem na frente dela, que uma garotinha, aparentando ter 7 anos, correu ao seu encontro e com o sorriso mais singelo que ela pôde receber na vida entregou-lhe um daqueles bilhetinhos religiosos e voltou em direção as outras criancinhas que também tinham milhares de bilhetinhos, cada um de uma cor diferente.
O bilhetinho da Clarisse era amarelo com algumas flores rosas e vermelhas ao redor e bem ao centro estava escrito: "Entrega o teu caminho ao Senhor, nEle confia e Ele agirá." (Salmo 37.5)
Parecia que aquela garotinha adivinhava tudo que estava passando na vida da Clarisse, ou melhor, ele poderia ser um anjo! Um anjo da luz que trazia boas novas para o futuro.
É... é melhor acreditar nisso. É melhor acreditar que Deus jamais a abandonaria pois no fundo ela sabia que só nEle encontraria amor com perfeição.
Sem esforço algum, um sorriso brotou dos seus lábios e seus passos já não estavam sem direção, eles sabiam exatamente que rumo tomar...

sábado, 9 de fevereiro de 2008

O refúgio...

Neste blog, diferentemente de todos os outros que já tive, irei escrever não sobre mim, pelo menos não diretamente, e sim sobre a Clarisse, personagem bastante conflituosa, fruto de uma imaginação conturbada e insegura... Acho que sempre passamos por momentos em que nossas dúvidas nos manipula, nos impede de viver e compartilhar emoções que, talvez, se não tivéssemos deixado para trás teria nos feito completo. Espero que gostem! =)

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Enfim o silêncio...

Enfim o seu quarto!

Ela era confusa. Tudo era confuso... Mas só ali ela encontrava a privacidade necessária para rir e chorar como quisesse, o quanto quisesse. Mas as coisas não dependiam só dela. Por que a nossa felicidade ou tristeza não depende só da gente? Por que dependemos tanto das outras pessoas? Por que as pessoas geralmente não correspondem aos sentimentos que recebem? Isso é tão difícil assim? São tantas perguntas... E nenhuma resposta. Apenas ela, o quarto e seus milhares de pensamentos.

Tantas cenas que, se fosse possível, seria melhor deletar da memória. Ah! Aquele dia... aqueles olhos, aquelas mãos, aqueles beijos e aquelas promessas... Só não foi perfeito porque faltava uma música ao fundo, mas era só isso que faltava. E hoje? Hoje falta tudo...